Com isso, o fluxo de pessoas circulando pelas cidades deve ficar mais parecido com o habitual, mas ainda assim será menos intenso. Preparamos um panorama inicial do que esperar do retorno em 2022.
Retorno deve movimentar cidades
O ano de 2022 deve ser oficialmente o ano do retorno ao escritório. De fato, o aumento no número de pessoas circulando pelas regiões que abrigam grande número de empresas (as áreas CBDs ou principais regiões comerciais), observado principalmente nos grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro é um reflexo dessa crescente.
A volta do movimento em estacionamentos, restaurantes e comércios no entorno desses locais é bastante visível. Em alguns deles o fluxo é mais intenso do que no período pré-pandêmico. Isso se deve aos estabelecimentos que fecharam, o que diminiuiu a quantidade de opções disponíveis.
Para Celina Antunes, CEO da Cushman & Wakefield para América do Sul, é muito importante que as pessoas que estão indo presencialmente ao trabalho encontrem o suporte necessário: “muitos estabelecimentos fecharam durante a pandemia e agora é o momento deles repensarem a abertura ou lançarem em outro lugar”, comenta.
E não é apenas persepção, de acordo com uma pesquisa recente realizada pela KPMG:
• 52% das empresas voltaram ao trabalho presencial em 2021
• 40% apontam que a volta acontecerá no primeiro semestre de 2022
• 8% no devem voltar no segundo semestre de 2022
Futuro do trabalho
O futuro do trabalho é um dos temas mais discorridos atualmente e ao que tudo indica, as previsões de volta para 2022 devem se concretizar. O retorno ao trabalho presencial tem sido gradativo e deve acontecer apenas em alguns dias da semana: “as pessoas estão começando a voltar. A maioria das empresas, principalmente as grandes, pretendem voltar gradativamente. A grande tendência é ficar três dias no escritório e dois dias em casa”, afirma Celina.
Ainda segundo o estudo da KPMG, somente 15% das empresas não pretendem incorporar o home office como prática comum:
• 29% das empresas devem manter o home office duas vezes por semana
• 29% três vezes por semana
• 11% cinco vezes por semana
• 9% quatro vezes por semana
• 7% uma vez por semana
Stela Hirata, diretora de Property Management da Cushman & Wakefield, tem acompanhado o retorno gradual de seus clientes: ‘‘em condomínios de lajes corporativas em São Paulo e Rio de Janeiro, em média 25% da população fixa já voltou ao trabalho presencial. Em outros estados, onde os empreendimentos são menores, a média sobe para 50%’’, explica.
O trabalho remoto, que já era uma forte tendência em diversos países do mundo, acelerou a aceitação desse modelo no Brasil devido à pandemia. O que pudemos entender deste cenário é que tanto o trabalho 100% presencial, quanto o 100% remoto não devem ser a tendência, ganhando destaque o modelo híbrido.
Desde o início da pandemia, as empresas encontraram no modelo híbrido o formato mais equilibrado de trabalho, pois além de gerar economia, ele se mostrou uma boa alternativa para amenizar os impactos da rotina desgastante das grandes cidades, contribuiu para a produtividade dos colaboradores e os manteve em sinergia com as pessoas e a cultura corporativa.
Satoshi Yadoya, especialista em Desenvolvimento de Novos Negócios da Cushman & Wakefield conta como tem sido o retorno: ‘‘temos trabalhado bastante com clientes para aumentar atratividade dos espaços, conveniências e recursos que tornam o retorno mais interessante e produtivo. A qualidade dos ambientes também tem sido prioridade, como a qualidade de ar, certificações de bem-estar e sustentabilidade, que também propiciam espaços de trabalho melhores e mais saudáveis’’, diz.
Não havendo mais ondas críticas ou medidas de distanciamento, 2022 deve seguir como o ano do retorno híbrido.