Mudança no perfil do ocupante
Conhecido por armazenar arquivo morto e pertences em desuso de pessoas e empresas, o self storage vive um período de reposicionamento no mercado. Impulsionado pela ascenção do comércio eletrônico, esse tipo de espaço tem sido cada vez mais buscado por pequenos e médios varejistas digitais em busca de locais para armazenar seus estoques.
Aluguéis atrativos, contratos flexíveis, localização acessível, liberdade de acesso, além de segurança e boas condições de armazenamento são alguns dos fatores que tem despertado o interesse por esses espaços.
As maiores beneficiadas com esse tipo de operação são pequenas e médias empresas, visto que o formato de auto armazenamento proporciona liberdade e acompanha o dinamismo que esse tipo de negócio precisa. Aliás, agilidade e ausência de burocracia são alguns dos propósitos do self storage.
É possível, por exemplo, acessar o estoque diariamente, como costumam operar os varejistas digitais, que geralmente reúnem os pedidos do dia e então preparam a última fase da logística a entrega last mile.
Oportunidade para proprietários de imóveis comerciais
Com o surgimento dessa nova demanda de locatários, surgiu também uma nova oportunidade para proprietários de imóveis comerciais desocupados: a possibilidade de transformar esses locais em espaços de self storage e criar novos fluxos de receita. Pontos comerciais, lajes corporativas e até mesmo áreas vagas em garagens têm se transformado em espaços de auto armazenamento.
O self storage ainda tem um caminho promissor a percorrer no Brasil. Segundo o site Mundo do Marketing, a primeira empresa de auto armazenamento do país surgiu em 1993, na cidade de São Paulo. Esse já era um nicho popular nos Estados Unidos, onde mais de 50 mil empresas prestam esse tipo de serviço.
O Brasil possui atualmente 124 mil m² de espaço de self storage disponíveis em 724 unidades espalhadas por 74 cidades. O preço médio pedido pelo m² está em R$ 64,99, segundo a Abrass - Associação Brasileira de Self Storage. A maior demanda vem de cidades acima de 300 mil habitantes, o que naturalmente deve se disseminar para outras localidades nos próximos anos, pois é um modelo de negócio que beneficia não apenas os players do segmento, mas também proprietários de imóveis comerciais vazios, empreendedores em busca de locais para abrigar seus estoques e também o consumidor final, que ganha em agilidade de entrega.