O crescimento na parcela de escritórios vagos se deu pelo aumento de novas áreas entregues. Em 2023, foram acrescentados 157 mil m² de lajes corporativas de alto padrão, maior volume desde 2019.
Daniel Battistella, diretor-geral de CRE da Cushman & Wakefield, pondera ainda que a devolução de escritórios, de 156 mil m², caiu sobre 2022. Há uma diferença de quase 30 mil m² entre o que foi devolvido em 2022 e no ano passado: ''Isso é sinal de melhora da expectativa de mercado'', comenta Daniel.
O metro quadrado mais caro entre os escritórios está no Itam Bibi, onde são pedidos R$ 280,96. Na região, a vacância está em 17,9% - a menor vacância é na avenida Juscelino Kubistchek, de apenas 5,5%, seguida pela Faria Lima, com 9,8%.
A média esconde uma diferença grande conforme a região analisada. A mais barata ao fim de 2023 era Santo Amaro, com metro quadrado a R$ 32,43. E também a região com a maior vacância, de 73,6%. Battistela afirma que Santo Amaro tem estoque pequeno, o que não torna seus números preocupantes. ''Seria preocupante se tivesse 70% de vacância na Chucri Zaidan ou Paulista''.
A Chucri Zaidan tem o maior estoque da cidade e vacância em 36,6%. Foi a região que mais recebeu locações no ano, por ainda ter muito espaço e pela qualidade dos prédios, que, para Daniel, são comparados aos da Faria Lima, mas com preços melhores - a média é de R$ 107,57 por m², ante R$ 220,70 na Faria Lima.
Para 2024, Battistella prevê melhora do mercado em todos os aspectos, com valorização do aluguel, queda de vacância e absorção líquida maior. Ajuda que o volume de novos prédios a serem entregues seja menor do que em 2023, de 100 mil m².
Outro fator de otimismo é o interesse de fundos de investimento imobiliários por escritórios, movimentação que cresceu em 2023, impulsionado pela queda dos juros. Foram quase R$ 1,2 bilhão movimentados no ano, que devem seguir em 2024.
Esses fundos não investem só em escritórios, mas também em galpões e shoppings. Os dois últimos setores têm parecido mais seguros e receberam investimento mais cedo.
Confira a matéria completa da jornalista Ana Tieghi para o Valor Econômico.