Com a pandemia, o home office se tornou predominante, mas, gradualmente, o cenário tem mudado.
Empresas de diferentes setores estão revisitando a função do escritório no dia a dia de suas operações, e o impacto desse movimento tem sido sentido em grandes centros urbanos como São Paulo.
Testando os limites de preços
Renato Almeida, Gerente de Transações Imobiliárias da Cushman & Wakefield, comenta que a baixa vacância em algumas regiões da cidade de São Paulo tem levado endereços como a Faria Lima a testar os limites de preços.
Isso acontece porque, com a alta demanda e pouca oferta de escritórios de qualidade, muitas empresas acabam considerando regiões adjacentes como alternativa. Esse transbordamento de demanda é um fenômeno que pode se intensificar nos próximos anos.
Retomada para outras capitais
Ainda de acordo com Almeida, a retomada gradual ao trabalho presencial é uma tendência que deve se espalhar de São Paulo para outras capitais brasileiras ao longo de 2025. “Praças como o Rio de Janeiro ainda estão um pouco atrasadas nesse movimento, devido à forte presença de empresas de óleo e gás, públicas e de telecomunicações, que ainda mantêm regimes acentuados de home office”, destaca.
Embora essas indústrias apresentem certa resistência, o movimento em direção ao modelo híbrido é considerado inevitável. As empresas começam a reconhecer que o escritório desempenha um papel indispensável na colaboração, na inovação e no fortalecimento da cultura organizacional.
Grandes empresas devem incentivar a retomada
Um exemplo significativo é a Vale. A mineradora anunciou que, a partir deste ano, vai adotar um modelo híbrido mais rigoroso, exigindo a presença de seus colaboradores nos escritórios pelo menos três vezes por semana.
Movimentos como esse tendem a influenciar outras empresas e setores, acelerando a demanda por espaços corporativos em mercados-chave.
Oportunidades e desafios para 2025
Apesar das projeções otimistas, existem riscos que podem impactar a concretização desse cenário. O principal deles é o contexto macroeconômico. A expectativa de juros altos para 2025 pode reduzir o apetite das empresas por novas contratações e, consequentemente, por expansão de espaços corporativos.
Esse fator poderá limitar a retomada do mercado imobiliário corporativo em algumas regiões.
Equilibrando oferta, preços e localização
A retomada ao trabalho presencial e o crescimento do modelo híbrido representam uma transformação importante para o mercado imobiliário. Grandes cidades como São Paulo lideram esse movimento, mas é esperado que outras capitais também sigam esse caminho, ainda que em ritmos diferentes.
Enquanto isso, o setor imobiliário deve se preparar para atender às demandas de um mercado em constante evolução, equilibrando oferta, preços e localização.