Essas fazendas verticais exigem menos espaço em relação às fazendas de solo tradicionais, e podem estar localizadas em ativos subutilizados ou áreas de superfície, como telhados e estacionamentos vazios.
Por enquanto, apenas uma pequena porcentagem de projetos comerciais e residenciais estão incorporando a agricultura vertical. Globalmente, da Ásia à Europa e aos Estados Unidos, os pioneiros da agricultura urbana estão explorando as possibilidades.
Singapura, por exemplo, tem sido historicamente dependente e importa 90% de sua oferta de alimentos, tornando seus residentes particularmente vulneráveis a problemas de abastecimento. Mas a ComCrop está trabalhando para mudar essa dependência. Ocupando o que antes era um enorme estacionamento de veículos, a fazenda, na cobertura, usa os sistemas de cultivo hidropônico para produzir hortaliças e ervas, e rende seis vezes mais do que uma fazenda convencional do mesmo tamanho. Um bônus adicional, a ComCrop também emprega idosos e pessoas com deficiência de comunidades próximas.
Na Europa, Basel, na Suíça, tornou-se a primeira cidade do mundo a tornar os espaços verdes uma exigência legal em todos edifícios novos e adaptados com telhados planos. A iniciativa transformou a cidade em uma das mais verdes no mundo. A primeira fazenda urbana comercial aquapônica contruída em Basel, em 2012, produziu mil e quinhentas libras de tilápia e sete mil e setecentas libras de vegetais em seu primeiro ano, vendidos para restaurantes locais.
Projetos nos EUA incluem a fazenda urbana da JetBlue, no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, a primeira fazenda urbana em funcionamento no mundo em um aeroporto. Conta com duas mil e trezentas caixas de leite de plástico em canteiros cujo solo é criado por restos de alimentos doados pelos restaurantes do aeroporto. Três mil caixotes de batata doce, rúcula, beterraba, hortelã, manjericão e muito mais são produzidos e distribuídos anualmente.
Ideias inovadoras como essas estão demonstrando que a produção comercial de alimentos pode ser integrada em edifícios comerciais, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista econômico, e dado que ocupantes imobiliários e investidores estão cada vez mais interessados em práticas e projetos sustentáveis, não é difícil imaginar que os players do setor imobiliário comercial terão cada vez mais incentivos para considerar a verticalização das operações agrícolas.