A Cushman & Wakefield publicou mais uma edição do COVID-19 Portugal Market Update, uma publicação que analisa as implicações da atual pandemia nos vários setores do mercado imobiliário português – escritórios, retalho, industrial/logística, hotelaria, residencial e investimento.
O documento resume as medidas governamentais mais relevantes para as várias áreas de atividade, dando uma visão sobre as implicações atuais e futuras. Em baixo, destacamos a nossa visão para cada setor.
Escritórios
O setor de escritórios aguarda ainda uma maior clareza sobre os impactos na procura e ocupação dos espaços. A maioria dos ocupantes tem mantido uma estratégia cautelosa de espera, principalmente no que toca a pré-arrendamentos, perspetivando-se na retoma um aumento de postos em hotdesking e de áreas que promovam o trabalho em equipa e a aprendizagem.
Retalho
O setor de retalho tem sofrido impactos heterogéneos nos níveis de procura. No comércio de rua, as localizações mais dependentes do turismo foram as mais fustigadas, ao passo que as lojas de bairro e de conveniência revelaram ser as mais resilientes. Os planos de expansão foram suspensos na sua generalidade, com a exceção notória das cadeias alimentares.
Industrial & Logística
A procura latente no setor industrial e logístico aumentou, com o volume de absorção a mais do que duplicar no ano transato. O crescimento robusto das vendas online deverá continuar a contribuir para este dinamismo acrescido, especialmente por espaços de distribuição de last mile nos centros urbanos, o que tem levado proprietários e operadores a considerar a remodelação, modernização e até construção especulativa de espaços.
Hotelaria
O setor hoteleiro, que está a ser fortemente atingido pela crise, tem procurado reinventar-se, adaptando os vários serviços às circunstâncias atuais. Porém, apesar desses esforços, os proveitos hoteleiros e o número de hóspedes caíram 67% e 64%, respetivamente, em 2020, dada a elevada dependência do turismo estrangeiro que representa cerca de dois terços da procura.
Residencial (em colaboração com a Porta da Frente)
Apesar da crise atual ter impactado a conclusão de negócios, principalmente por parte de compradores estrangeiros, a procura nacional conseguiu sustentar os níveis de procura. A correção nos preços de venda de apartamentos que vinha a ser registada já desde 2019 foi acelerada pelos efeitos da pandemia, registando no ano passado quebras de 3% em Lisboa e 6% no Porto.
Investimento
O investimento em 2020 alcançou historicamente o terceiro maior volume de transações com €2.800 milhões, altamente influenciado por três grandes negócios.
Os proprietários, bancos e investidores têm analisado minuciosamente as suas carteiras de ativos e novas oportunidades de negócio. Os investidores internacionais continuam ativos em Portugal, havendo uma maior incidência de negócios off-market não estruturados, apesar da incerteza sobre o desempenho de alguns ativos num futuro próximo.